Tudo sobre o uso do Biofeedback na Fisioterapia Pélvica
Muitos pacientes procuram a Clínica Urobecken com dúvidas de como é a fisioterapia pélvica com Biofeedback e quais tratamentos podem ser realizados com este equipamento.
Pensando em facilitar o esclarecimento, publicamos este artigo respondendo as seguintes dúvidas:
O que é, e como funciona o aparelho Biofeedback na Fisioterapia Pélvica?
Quais os benefícios do Biofeedback no tratamento do assoalho pélvico?
Quais disfunções e sintomas podemos tratar com Biofeedback?
Quais os tipos de Biofeedback utilizados na Fisioterapia Pélvica?
Antes de iniciarmos, é importante saber que existem algumas variações do termo “Biofeedback” utilizados na área da saúde. Realizamos uma análise no google e os principais termos pesquisados foram:
Fisioterapia com Biofeedback
Biofeedback para o assoalho pélvico
Biofeedback Perineal
Biofeedback Anorretal
Biofeedbak emg
Biofeedback manométrico
Biofeedback eletromiográfico
Independente da variação do termo utilizado na sua pesquisa ou prescrição, não se preocupe. Se o assunto é Biofeedback e fisioterapia você está no lugar certo.
O que é e como funciona o aparelho de Biofeedback na Fisioterapia Pélvica?
Na fisioterapia pélvica, chamamos de Biofeedback o aparelho utilizado para captar informações da musculatura do assoalho pélvico e transformar em informações visuais e sonoras para o fisioterapeuta e o paciente. Estas informações estão relacionadas principalmente com a capacidade de contração e relaxamento da musculatura da região. Um aparelho de Biofeedback moderno é capaz de captar as informações da musculatura através de um eletrodo posicionado na região do períneo e disponibilizar em tempo real estas informações para o paciente em forma de ilustrações na tela do computador. Estas ilustrações podem ser na forma de curvas, gráficos e até mesmo jogos.
Quais os benefícios do Biofeedback no tratamento do assoalho pélvico?
Conforme a queixa do paciente, podemos prescrever diferentes protocolos de Biofeedback de acordo com os diversos benefícios do aparelho, entre eles podemos destacar
Avaliação mais precisa da musculatura do assoalho pélvico
Aumento da consciência e percepção muscular
Facilitação do relaxamento do assoalho pélvico
Potencialização do fortalecimento muscular
Possibilidade de um tratamento mais lúdico e agradável
Quais disfunções e sintomas podemos tratar com Biofeedback?
O Biofeedback é um dos aparelhos mais importantes da fisioterapia pélvica justamente porque está presente no plano de tratamento de diversas disfunções do assoalho pélvico e seus sintomas, os principais são:
Incontinência Urinária de Esforço e/ou Urgência:
A musculatura do assoalho pélvico serve como um esfíncter da uretra (canal por onde sai a urina), portanto em ambos os tipos de incontinência urinária, o biofeedback é importante para facilitar o reconhecimento e o fortalecimento deste mecanismo para evitar a perda de urina. Leia também: “4 coisas importantes sobre incontinência urinária”
Incontinência Urinária Pós Prostatectomia:
É comum a cirurgia para retirada da próstata causar lesão no esfíncter interno da uretra aumentando o trabalho e a importância do assoalho pélvico no mecanismo de controlar a urina. Assim como na incontinência urinária feminina, o biofeedback atua no reconhecimento e fortalecimento desta musculatura. Leia também: “2 sintomas comuns após a retirada da próstata”
Bexiga Hiperativa:
A bexiga hiperativa é caracterizada por contrações indesejadas da musculatura da bexiga normalmente identificadas durante a avaliação urodinâmica. O principal sintoma é a urgência miccional podendo ou não estar associada à perda de urina. O tratamento baseia-se em técnicas para inibir estas contrações involuntárias e fortalecer o assoalho pélvico, sendo o Biofeedback um dos recursos utilizados. Leia também: “tudo sobre Bexiga Hiperativa”
Dispareunia / Vaginismo / Vulvodínia / Dor pélvica
A dispareunia é a dor durante a relação sexual e duas causas comuns deste sintoma entre mulheres são o vaginismo e a vulvodínia. Em ambas as situações assim como na dor pélvica crônica é muito importante reconhecer a contração e o relaxamento da musculatura do assoalho pélvico, principalmente no vaginismo. Isto porque o vaginismo é caracterizado por contrações involuntárias da musculatura, estas contrações intensas causam dor e muitas vezes impedem a penetração. O biofeedback é muito importante para a paciente identificar as contrações involuntárias e treinar o relaxamento da região. Leia também: “ 5 dúvidas de mulheres que sentem dor na relação”
Incontinência Fecal:
O elevador do ânus é o principal músculo do assoalho pélvico e está diretamente ligado ao mecanismo de conter as fezes. Por tanto o Biofeedback irá atuar no reconhecimento e fortalecimento desta musculatura. A falta de coordenação da musculatura também pode causar uma defecação incompleta e posterior escape de fezes, sendo o Biofeedback também importante neste tratamento
Constipação Crônica / Anismo:
Ao contrário da incontinência fecal, a constipação crônica e o anismo podem estar relacionados com a dificuldade de relaxamento do músculo elevador do ânus ou falta de coordenação durante o ato de evacuar. Através do biofeedback podemos identificar e tratar estas dificuldades além de treinar o ato de evacuar da maneira correta
Enurese Noturna:
Este sintoma é caracterizado pela dificuldade ou incapacidade de controlar a urina durante a noite e geralmente é observado em crianças.
O Biofeedback é o aparelho mais indicado para este tratamento visto que ele aumenta a capacidade de conter a urina através de protocolos lúdicos, o que facilita a abordagem e a adesão por parte das crianças.
Preparação perineal para o parto:
O Biofeedback atua na preparação para o parto através da conscientização da musculatura que deverá estar relaxada e alongada durante o parto normal. O tratamento também pode ser recomendado para prevenir a incontinência urinária no período pós-parto, independente se realizado parto normal ou cesária.
Quais os tipos de Biofeedback utilizados na Fisioterapia Pélvica?
Os dois principais tipos de Biofeedback utilizados são:
Biofeedback EMG (eletromiográfico)
Através da eletromiografia, este aparelho realiza a captação da atividade elétrica da musculatura do períneo. O Eletrodo responsável pela captação pode ser no formato de um adesivo de superfície ( posicionado na pele ) ou no formato de uma sonda intracavitária (posicionada no canal da vagina ou no ânus ). Este é o Biofeedback mais moderno da fisioterapia pélvica.
Biofeedback Manométrico:
O Biofeedback manométrico realiza a captação da pressão exercida na região do assoalho pélvico. O acessório responsável pela captação é uma sonda de látex inflada no canal da vagina ou ânus.
Ambos os aparelhos são importantes na fisioterapia pélvica e como já citado podem ser utilizados nos principais sintomas. A grande vantagem do Biofeedback EMG é que possibilita a realização do tratamento sem a necessidade da introdução de sonda interna, o que pode facilitar a abordagem, principalmente em patologias que o paciente apresenta dor, tais como vaginismo, vulvodínia, anismo, dor pélvica, enurese noturna, entre outras.
Vale ressaltar que o Biofeedback é muito importante nos sintomas citados, porém não é o único aparelho que deve ser utilizado. A combinação de recursos durante as sessões de fisioterapia pélvica é o caminho para atingir os objetivos necessários para o sucesso no tratamento. Leia também: “3 fatores cruciais para o sucesso do tratamento de fisioterapia pélvica”
Caso você tenha ficado com alguma dúvida, não deixe de realizar seu questionamento nos comentários ou através do Whatsapp, responderemos o mais breve possível.
Bom dia, O biofeedback e a eletroterapia também podem ser utilizados no tratamento de queixas associadas à doença de Peyronie mas não são os principais recursos. Os recursos mais utilizados são o aparelho de vácuo na fase de modelação e o aparelho de ondas de choque. Att Juliano Silveira
Sou a Fernanda Almeida, e quero parabenizar você pelo seu artigo escrito, muito bom vou acompanhar o seus artigos.
Bom dia, gostaria de saber se é esse o tratamento para o a doença de Peyronie?
Bom dia, O biofeedback e a eletroterapia também podem ser utilizados no tratamento de queixas associadas à doença de Peyronie mas não são os principais recursos. Os recursos mais utilizados são o aparelho de vácuo na fase de modelação e o aparelho de ondas de choque.
Att
Juliano Silveira